WEBINAR QUALIDADE DO AR INTERNO – 12/05 às 17h

WEBINAR QUALIDADE DO AR INTERNO

Construções Saudáveis e as Certificações WELL e FITWEL, doCovid-19 para o Futuro

Neste primeiro evento da série de Webinars que será promovido pela StraubJunqueira, nosso Diretor Eduardo Straub, recebe Leonardo Cozac – Eng., Diretor da Conforlab Engenharia Ambiental e Diretor de Operações e Finanças da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento).

Em um bate-papo de 1hr, eles irão abordar a importância da qualidade do ar interno e cuidados que vão desde o controle das fontes poluidoras, ventilação e limpeza do ar.

Se a preocupação com a Qualidade do Ar Interno estava ficando cada vez mais evidente antes da pandemia, de agora em diante se torna um caminho sem volta. Em breve as atividades em edifícios comerciais, escolas e varejo voltam ao normal. Como será que esses setores estão ou devem se prepapar para garantir um ar saudavel, que não coloque em risco a saúde das pessoas?

Esses serão alguns dos assuntos abordados por eles!

Então marque na agenda e venha conosco – 12/05/2020 das 17h às 18h.

Increva-se

O futuro dos espaços de trabalho – uma breve reflexão

Uma breve reflexão sobre o futudo dos espaços de trabalho.

Em meu último post fiz uma provocação sobre como seriam as novas dinâmicas dos espaços de trabalho pós COVID-19 e, desde que escrevi aquele texto, continuei acompanhando o que dizem os especialistas a respeito deste assunto, lendo matérias, publicações e participando de webinars promovidos por diversas empresas e organizações.

É fato que estamos vendo e vivendo mudanças estruturais e profundas em diversos níveis, e muito do que estávamos habituados, está mudando rápida e permanentemente. A cada dia vejo uma nova solução, que contribuirá de alguma forma, para evitar o espalhamento do vírus quando a quarentena tiver que ser interrompida. Sabemos que o vírus continuará circulando e, enquanto não houver uma vacina, a atividade econômica tem que continuar, mas de uma forma totalmente diferente e, digamos, mais “cautelosa”. Para citar algumas mudanças, na esfera pessoal, o “mask fashion”, ou, o uso de máscaras como um acessório (que tende a ser obrigatório), com apelo visual, já esta ocorrendo. Na escala urbana, já vemos Bogotá construindo novos quilômetros de ciclovias para desafogar a lotação dos transportes públicos. Nos edifícios, vemos peças com novas funcionalidades sendo incorporadas a mobiliários – proteções de acrílicos para mesas de profissionais de atendimento, ou uma espécie de “pedal” incorporado à portas, para que os usuários possam abri-las com os pés, abandonando as maçanetas, e tantas outras inovações a serem incorporadas ao nosso cotidiano.

Em minha provocação inicial, questionei a real necessidade dos espaços físicos de trabalho utilizados no período “pré-COVID-19”, mas: será que, com a prática do “home office” que, em muitos casos tem sido bem sucedida, as empresas precisarão de espaços tão grandes para acomodar seus colaboradores? Inicialmente, conclui que não, ou seja; estes espaços deveriam ser reduzidos e otimizados para suportar somente aqueles colaboradores fundamentais à empresa (referindo àqueles cuja presença física é inevitável), enxugando assim diversos custos como aluguéis, taxas condominiais, seguros, entre tantos outros.

Na mesma semana em que escrevi meu último “post”, recebi um questionamento por e-mail do time de arquitetura de uma grande empresa multinacional, da área de tecnologia, para quem estamos prestando consultoria LEED, dedicada ao seu novo escritório corporativo. Era uma pergunta simples, sobre a quantidade de vagas de bicicletas que deveriam ser exclusivas, levando em consideração que o “headcount” previsto seria de 1.400 funcionários. Apesar de me ater à resposta técnica, confesso que surgiram algumas indagações: será que, passada essa crise, a empresa manterá os 1.400 colaboradores “internalizados”? Será que, mesmo durante esta crise, sem data exata de término, o projeto manterá o mesmo escopo? Como será que a empresa está se planejando para um futuro pós COVID-19? O que será que ela pensa sobre os layouts e dinâmicas dos espaços de trabalho daqui para frente? Este projeto ainda é embrionário. Mas não duvido que muita coisa deve mudar até a sua completa execução e ocupação.

Entretanto, mesmo diante de tantas indagações, tendo a acreditar que os escritórios devem se “reocupar” em breve, embora como novas recomendações dos especialistas em saúde, com novas regras de higiene e distanciamento. Mas, será que mesmo diante dessa mudança de comportamento, os espaços de trabalho tendem necessariamente a reduzir, ou podem vir crescer? Levantei 3 hipóteses para responder a essa questão:

Hipótese 1 – Se analisarmos as empresas que não têm como objetivo manter qualquer forma de home office (o que uma pesquisa do MIT já apontou não ser mais uma realidade), será que a tendência não é de que seus espaços cresçam em função do distanciamento? A Cushman & Wakefield criou uma espécie de laboratório e “show room” para seus clientes em seu escritório na Holanda. Chamado de “6 Feet Office“, ou “Escritório 2 metros”, em uma péssima tradução literal, ela propõe layouts com novas dinâmicas de circulação e protocolos de higiene. A empresa se baseou nas recomendações da OMS, da comunidade médica e, acima de tudo, em experiência própria, tendo em vista que auxiliou 10.000 empresas na China a mover quase 1 milhão de trabalhadores de volta aos escritórios no último mês. Esse novo layout de 2 metros de distância, inevitavelmente faz com que a empresa necessite de mais espaço para acomodar todos os seus ocupantes juntos.

Fonte: Six Feet Office, Cushman & Wakefield

Hipótese 2 – Para as empresas que decidirem por manter, parcialmente, o home office ou adotar alguma forma de rodízio, é possível que esses espaços sejam otimizados. Vale ressaltar que otimização significa fazer mais com menos, ou; acomodar menos gente em espaços melhores, adotando uma série de novas premissas de circulação, distanciamento e higiene.

De acordo com o o Arq. Janet Pogue McLaurin da Gensler, os espaços de trabalho reduziram em 25% na ultima década e os tradicionais cubículos em “L” passaram a dar lugar para fileiras de mesas, muitas vezes com menos de 2m cada, com pessoas sentadas lado a lado e frente a frente. Ou seja, as empresas de fato buscaram “otimizar” seus espaços, mas não sob o ponto de vista da saúde de seus usuários. Não as culpo, pois tenho certeza que não foi com má intenção – ao contrário, temos visto nos últimos anos empresas investindo pesadamente em saúde e bem estar dos colaboradores como nunca visto (ex. certificações WELL e FITWEL) – mas simplesmente porque a otimização da “área por ocupante” não previa cenários pandêmicos e, consequentemente, o atual e tão necessário distanciamento.

Hipótese 3 – Os espaços não vão crescer nem diminuir, pelo menos a curto prazo, em que qualquer mudança física significa custos extras para empresas, principalmente em um momento econômico tão delicado. Como mencionei anteriormente, reduzir os espaços traz a diminuição de custos operacionais, mas a curto prazo, qualquer alteração de layout também implica em alguma despesa, pois exige novo projeto e obra. E, inevitavelmente, implica em um planejamento de médio e longo prazo. Portanto, imagino que essa seja a hipótese que faz mais sentido atualmente; aventada em um artigo da NY Times, a possibilidade é que haja um “balanceamento” da área de escritório, ou seja, para aquelas empresas que adotarem o home office parcial, a ocupação fixa tenderá a diminuir, mas os postos fixos deverão ser dispostos de tal forma a respeitar o distanciamento mínimo de 2 metros.

Mas, apesar de continuar incerta sobre qual hipótese tende a prevalecer (e ainda podemos descobrir outras nas próximas semanas), o fato é que uma série outros fatores devem ser priorizados, antes de falarmos em tamanhos (m2) e layouts, para o retorno seguro dos colaboradores.

De acordo com uma pesquisa realizada durante um webinar da JLL em 19/03/20, as prioridades para retorno aos espaços de trabalho eram: 34% das pessoas entrevistadas julgaram fundamental estarem informadas a respeito de mecanismos e protocolos adotados pela empresa para combater a contaminação ao COVID-19, sendo essa uma preocupação tão importante quanto aos procedimentos que a empresa adotará no caso dos colaboradores vierem a ser efetivamente infectados (35% dos entrevistados). Um mês após esta pequisa, na segunda edição do webinar, a pergunta formulada foi: “o que é mais importante para você?”. Em primeiro lugar, com 29% dos entrevistados, foi a “estratégia a ser adotada pelas empresas para reentrada nos espaços de trabalho”, seguida por “ajustes nos espaços de trabalho para atender ao distanciamento social”, com 20% dos entrevistados e, por último, “os protocolos de abertura de edifícios e facilidades”, com 18%.

Na minha opinião, os reajustes nos espaços de trabalho, que não incorram necessariamente em obras, e a estratégia de reentrada, devem fazer parte do protocolo, ou seja, devem ser um estratégia integrada. Mas, além da CW, outras empresas e organizações já estão propondo protocolos de retorno ao trabalho, como o caso da FIESP, que publicou no último dia 18/04/20 uma proposta de “Protocolo para a Retomada da Atividade Econômica Pós Quarentena”, com uma série de diretrizes, alinhadas às recomendações da OMS, dentre as quais vale destacar:

  • “Privilegiar o teletrabalho sempre que possível”;
  • “Manter uma distância mínima segura entre as pessoas e, onde não for possível utilizar barreira física ou protetor mais potente”;
  • “Revisar layouts e métodos de produção, ajustando-os para atender às necessidades sociais de distanciamento (…)”

Ainda, de acordo com esses protocolos, seremos obrigados a adquirir novos hábitos e dinâmicas de relacionamento, que são todas mudanças comportamentais. Nos acostumaremos ao uso de máscaras, a higienizar as mãos e superfícies frequentemente, veremos dispensers de álcool gel e lenços umedecidos com desinfetantes espalhados por todos os cantos, controlaremos a quantidade de usuários nos banheiros, elevadores, tranporte público, restaurantes, nos comprimentaremos com acenos, e assim por diante…

Além das mudanças comportamentais, a médio e longo prazo, passaremos então a presenciar mudanças estruturais e/ou físicas dos espaços. À parte da preocupação do tamanho dos espaços, veremos uma série de mudanças, como a escolha dos materiais de acabamento, dando preferência àqueles que não acumulam sujeira e, por exemplo, os sensores para superfícies de alto toque que evitam a necessidade de apertar um botão de elevador ou usar uma maçaneta, dentre vários outros que ainda estão por vir.

Outro ponto fundamental, que requer especial atenção, é a qualidade do ar interior, que vem sendo abordado por diversos especialistas em artigos específicos. Antes da crise, era um privilégio de preocupação real apenas em grandes edifícios corporativos (muitos desses com algum tipo de certificação ambiental), entretanto, deverá se destacar em qualquer tipo de projeto. Como projetar um edifício de forma a garantir um ar mais saudável nos espaços internos, já que o ar interno é geralmente mais contaminado que o ar externo? Cada vez mais, os projetos deverão privilegiar sistemas de renovação e filtragem de ar.

Na China, por exemplo, um dos fatores que contribuiu pesadamente na retomada dos espaços de trabalho foi a boa qualidade do ar interno nas edificações. Conhecido por seus altos índices de poluição atmosférica, o país institui uma norma própria de Qualidade do Ar que forçou as edificações a garantir qualidade do ar interno em padrões melhores do que a condição externa nos últimos anos.

Enfim, todo esse assunto é muito novo, longo e ainda vai dar muito “pano pra manga”. Mas, por hora, minha conclusão, com base na opinião de todos os especialistas é a seguinte; não adianta se preocupar com layouts, tamanhos dos escritórios, com os protocolos, as tecnologias, o mobiliário, as máscaras e o álcool gel, se não houver confiança entre as pessoas e entre os colaboradores e empresas. Independente do plano de retomada da empresa, os colaboradores precisam se sentir seguros para retornarem ao ambiente de trabalho. Não podemos ignorar o receio das pessoas terem seus empregos ameaçados, caso se recusem a voltar ao trabalho. Mas se, ao menos, as pessoas terem a certeza que as empresas se comprometerão a garantir a segurança mínima, elas estarão muito mais confiantes a retomada de suas atividades.

Mas também é necessário colaboração e confiança mútua entre as pessoas individualmente. Como qualquer mudança, principalmente aquelas repentinas e/ou forçadas, elas só funcionam se os indivíduos cooperarem, respeitarem e confiarem a si próprios e, acima de tudo, tiverem a certeza de que tudo vai dar certo. Lembrem que o ser humano tem um alto potencial de adaptabilidade, resta a nós confiarmos uns aos outros, e a mudança não será tão dolorida! Por hora, para aqueles que podem, continuem a trabalhar em casa e colaborem para que o sistema de saúde e a economia não colapsem.

Tudo vai passar e sairemos mais fortes de tudo isso!

Escrito por: Arq. Luiza Junqueira

#juntossomosmaisfortes #ficaemcasa

StraubJunqueira – sala “Saúde e Bem-Estar” na Greenbuilding 2019

Na semana mais importante do calendário da construção sustentável no Brasil, a StraubJunqueira marcou presença novamente! Neste ano fomos patrocinadores do evento e idealizadores do espaço “Saúde e Bem-Estar”.

Desde o início da semana acontece a GREENBUILD 2019, conferência promovida pelo GBC Brasil, que neste ano está em sua décima edição e teve seu modelo completamente reformulado. Passa agora a ter sua grade de palestras (que anteriormente eram pagas e presenciais), gratuita e online, democratizando conhecimento das construções sustentáveis para todos os interessados, em todos os cantos do Brasil e do mundo.

Na segunda-feira (25) ocorreu o evento de abertura no CUBO, único dia presencial e que reuniu as principais lideranças do setor – foi um dia inteiro e intenso de palestras, premiações, network e muitas trocas. E um dos temas mais comentados foi a preocupação com a saúde e o bem-estar humano dentro das edificações – hoje não bastam somente serem sustentáveis, elas devem garantir saúde e felicidade a seus ocupantes.

Antenados a esta nova demanda do mercado de construção que surgiu a ideia do espaço “Saúde e Bem-Estar”, idealizado pelo GBC e StraubJunqueira. Em uma sala vaga, entre o auditório e o Foyer, criamos um lounge e “espaço de descompressão” para o público do evento utilizar ao longo do dia.

A sala trazia uma série de limitações, como mobílias que não podiam ser retiradas; mais especificamente 90 cadeiras, 4 mesas, dois pequenos armários e 4 banquetas (espécie de ativos fixos do local mesmo), além de não poder fixar nada nas paredes e forro, apagar as luzes ou abrir as janelas. Foram com essas limitações, agregadas ao famoso “tempo escasso”, que co-criamos, junto com diversos parceiros, esse espaço que se tornou um sucesso!

Em parceria com a Arquiteta Lucia Fernandes, criamos um layout que solucionou a questão da mobília e criou um fluxo intuitivo de circulação pelo espaço. O “pulo do gato” foi a grande parede de “lego” da EverBlock  que serviu de anteparo para esconder as cadeiras e nela incorporamos “quadros vivos”. Na verdade, a ideia original era criar uma grande parede verde com vegetação de verdade, mas seria impossível criar uma estrutura autoportante (lembrando que não podíamos fixar nada no forro e paredes) que aguentasse todo o peso que uma solução como essa requer. Além disso, também trabalhamos o layout de forma a criar ao fundo da sala um longe com tapete e almofadas, que serviu para o público relaxar e para ser utilizado durante as práticas de “mindfullness”(espécie de meditação guiada) ao longo do dia.

Dentre todas as limitações de espaço e tempo, conseguimos agregar à sala conceitos como biofilia, qualidade do ar, conforto, monitoramento, alimentação saudável e bem-estar mental. Durante o dia, além das práticas de meditação, também houve um momento para os apoiadores apresentarem ao público seus serviços e soluções através de sessões de Pitch, com duração de 5 minutos cada uma.

Sem dúvidas foi um sucesso! Por fim, gostaríamos de reforçar aqui o nosso agradecimento ao GBC Brasil pela confiança, e a todos os apoiadores parceiros por embarcarem conosco nessa ideia!

São eles:

E, como não poderia deixar de ser, na terça-feira (26), falamos mais um pouco sobre “saúde e bem-estar” com a palestra “Cases WELL e Experiências Práticas no Brasil” – conteúdo da grade de programação do Congresso GREENBUILD 2019.

Como tornar as construções mais eficientes?

Em matéria divulgada pela AECWeb deste mês, nosso sócio Eduardo Straub dá sua opinião sobre como tornar as construções mais eficientes.

Leia abaixo o texto todo na íntegra.

Você sabe como tornar as construções mais eficientes?

O projeto deve minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada, oferecer conforto ambiental, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção

“Não é tão simples definir o que é uma construção eficiente. A arquiteta Sandra Pinho Pinheiro, sócia diretora da consultoria de sustentabilidade Petinelli, defende que para receber tal nome, a edificação precisa atender adequadamente ao uso a que se destina e ser projetada de forma a minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada. “Além desses quesitos, o projeto deve ainda oferecer conforto ambiental aos usuários, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção”, destaca.

Eduardo Straub, sócio da consultoria StraubJunqueira, relaciona o modelo ao Building Information Modeling (BIM), que visa a colaboração de todos os envolvidos nas fases de projeto, construção, operação e fabricação de materiais. “A ideia é que todos trabalhem juntos utilizando o mesmo modelo. O conceito do BIM integra não só o modelo em 3D para visualização ou detecção de interferências, mas também o planejamento, a extração de quantitativos, o orçamento, o gerenciamento de facilities, sustentabilidade e comissionamento”, detalha o engenheiro.

Por fim, fechando o ciclo, a sustentabilidade faz a integração de estratégias que pretendem minimizar os impactos ambientais das edificações e a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde de seus ocupantes. A comprovação desse quesito é feita pelas certificações disponíveis no mercado, como o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), o processo AQUA-HQE, o selo WELL e o Referencial GBC Brasil CASA.

“O que acontece hoje no Brasil é que pouquíssimos projetos realmente utilizam o IPD como processo. E o BIM – quando empregado – é somente uma ferramenta de modelagem 3D”, lamenta Straub.

De acordo com Straub, para que a construção seja eficiente, ela deve alinhar o processo, o modelo e a sustentabilidade. Idealmente, o processo deve adotar o Integrated Project Delivery(IPD) ou Desenvolvimento Integrado de Empreendimentos. “O IPD procura integração, colaboração e compartilhamento de riscos de todos os players de um empreendimento. A ideia é justamente otimizar os resultados, aumentar o valor para o cliente e melhorar a eficiência nas fases de projeto, obra e fabricação dos materiais”, explica.

EFICIÊNCIA HÍDRICA

De modo geral, há uma série de medidas a serem incorporadas à construção para torná-la minimamente eficiente. Segundo Pinheiro, as soluções são aquelas que recuperam, conservam e/ou tratam, reutilizam e minimizam os recursos de água ou energia de forma parcial ou total. “A escolha da solução deve ser baseada na avaliação de seu impacto técnico, custo e desempenho, que pode ser projetado por softwares simuladores”, diz. Edificação eficiente não significa uma superposição de medidas ditas eficientes, mas aquela que apresenta resultados expressivos relativos à sinergia entre as soluções implementadas. “Infelizmente, essa visão distorcida tem contribuído para a percepção de que construções eficientes são mais caras”, declara a arquiteta.

Straub elenca algumas soluções para eficiência hídrica, como dispositivos de baixo consumo em mictórios, torneiras, descargas e chuveiros. Aproveitar a água da chuva para utilização em descarga, limpeza e irrigação também é válido e, se possível, reutilizar a água através de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) instalada no projeto.

São bem-vindas, segundo o engenheiro, ações como medição periódica e checagem dos dados, não só da edificação, mas também dos subsistemas, como irrigação, água quente, aproveitamento de água pluvial e/ou reuso, a fim de identificar possíveis vazamentos e desperdícios. É importante também garantir a qualidade da água fornecida no empreendimento – responsabilidade da administração do condomínio ou do proprietário da edificação.

A edificação eficiente precisa atender adequadamente ao uso a que se destina, minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada, oferecer conforto ambiental aos usuários, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção

Sandra Pinho Pinheiro

 

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Straub lembra que a eficiência energética começa pelo projeto de arquitetura, que engloba a orientação do edifício em relação ao sol, as estratégias de iluminação e ventilação naturais que serão empregadas, o layout interno de acordo com o uso da edificação e até os materiais que compõem o isolamento externo, como fachadas e cobertura. “Tudo isso evita o aumento das cargas térmicas internas, que irão influenciar diretamente no uso do ar-condicionado e no conforto dos ocupantes”, observa.

O passo seguinte é a definição dos equipamentos eficientes que serão instalados, como lâmpadas com baixo consumo e sem mercúrio, como as de LED; os sistemas de ar-condicionado com COP (Coeficiente de Desempenho) ou EER (Índice de Eficiência de Energia) elevados; bombas com alto rendimento e equipamentos e dispositivos com a etiqueta Procel nível A.

O engenheiro recomenda a utilização de sistema termosolar para aquecimento de água, de sensores de presença em áreas comuns e de dimmers para integrar o sistema de iluminação artificial com a iluminação natural, além de desligamento automático de tomadas, entre outros recursos. “Medir e checar os dados das fontes de energia que abastecem o edifício é essencial para entender o consumo energético e identificar possíveis desperdícios”, afirma Straub. Por fim, o projeto pode prever a instalação de sistemas de geração renovável de energia, como os painéis fotovoltaicos.

Pinheiro confirma que a arquitetura passiva é a maior responsável por uma construção eficiente. Afinal, o projeto com essa concepção permite reduzir a carga térmica da edificação e aproveitar a luz natural, diminuindo a necessidade de sistemas energéticos mecânicos para assegurar o conforto. “Nesse sentido, os arquitetos são a solução para viabilizar economicamente qualquer tipologia de uso para o melhor desempenho ambiental”, opina.

A arquiteta vai além, afirmando que todas as disciplinas integradas com a arquitetura passiva devem repensar suas estratégias, deixando de lado velhos padrões e premissas desatualizadas. A busca de sinergia entre as medidas e os sistemas a serem incorporados devem passar pelo crivo de simuladores computacionais que projetam o desempenho esperado. “A mudança de paradigma é entender o comportamento do edifício: quais medidas, sistemas, fachadas e áreas contribuem (com qual porcentagem) para o melhor desempenho. É uma abordagem nova e desafiadora para todos os profissionais. As decisões projetuais passam a ser definidas pelo resultado esperado, compreendida sua importância para o usuário ou cliente. O sucesso de um empreendimento passa a ser mensurado não só por seu conceito e impacto na paisagem, mas principalmente, pelo quanto ele contribui para minorar o impacto ao meio ambiente e reduzir o custo de operação”, expõe Pinheiro.

ECONOMIA X TIPOLOGIA DA EDIFICAÇÃO

As possibilidades de redução do consumo de água e energia variam em relação à tipologia da edificação. Straub lembra que a operação de um edifício residencial é diferente da de uma indústria que opera 24 horas por dia ou de um edifício comercial ou hospital. “Cada edificação e tipologia devem ser estudadas durante o projeto ou na fase de operação, para identificar pontos de melhoria, implementar estratégias e fazer o monitoramento dos consumos energético e hídrico”, recomenda.

Já Pinheiro comenta que em edifícios verticais com grande metragem, mas pouca área de cobertura, podem ser inviáveis a coleta suficiente de água pluvial e a instalação de geração de energia renovável, por exemplo, ao contrário de construções de menor porte ou com grande área de telhado.

Para que a construção seja eficiente, ela deve alinhar o processo, o modelo e a sustentabilidade. Idealmente, o processo deve adotar o Integrated Project Delivery(IPD) ou Desenvolvimento Integrado de Empreendimentos

Eduardo Straub

“Outro aspecto influenciador importante é a demanda por sistemas mecânicos e luminotécnicos em escritórios, que permitem maior redução do consumo atrelado ao uso de equipamentos eficientes em layouts simulados e sistemas automatizados. Com isso, as reduções são expressivas, podendo atingir 70% se comparadas a um edifício padrão”, exemplifica a arquiteta.

Com a mesma lógica, é possível obter resultados interessantes na redução do consumo de água em empreendimentos com grande demanda, como hotéis, hospitais e indústrias. Neles, é possível coletar, tratar e aproveitar a água pluvial, além de metais e louças de baixo consumo.

Por fim, de acordo com Pinheiro, algumas tipologias que aliam a eficiência energética de seus sistemas à geração de energia fotovoltaica conseguem redução total do consumo de energia. São os chamados edifícios autossuficientes.”

Para saber mais acesse a matéria completa.

Residência HLC é Segunda Colocada no 5° Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável

Na na noite da última quinta-feira aconteceu entrega da maior premiação de arquitetura sustentável do Brasil – O 5° Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. 

A Residência HLC que foi certificada no ano passado pelo GBC Brasil Casa, nível Ouro e contou com a consultoria em sustentabilidade da StraubJunqueira ficou na segunda colocação na categoria Profissional – Edificação Residencial.

“O prêmio promovido pelo Grupo Saint-Gobain, com o apoio do suas empresas Brasilit, Cebrace, Isover, PAM, Placo e Weber, incentiva e fomenta o uso de tecnologias, processos e a correta especificação de produtos na Construção Civil brasileira em prol do conforto, inovação e sustentabilidade.

Em sua 5ª edição, consolida seu propósito na busca de projetos que apresentem aspectos do conforto, soluções inovadoras e ao mesmo tempo preservem o meio ambiente e promovam a sustentabilidade da construção civil brasileira, e tem por objetivos:

– reconhecer e premiar projetos de arquitetura em desenvolvimento ou já edificados, que se destacaram na proposição de soluções para o conforto do ambiente, inovação e sustentabilidade da obra.

– mobilizar profissionais e estudantes que acreditam que a construção civil exerce significativa contribuição para a sustentabilidade do setor e bem-estar dos usuários; e

– incentivar o uso de tecnologias, processos e a correta especificação de produtos e processos para o conforto do ambiente, inovação e sustentabilidade na construção civil brasileira.”

O projeto da Residência HLC, que foi destaque em matéria do Jornal Nacional, levou em consideração critérios de sustentabilidade desde a concepção dos projetos, utilizando a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida. Adotou preocupações como redução no consumo de água, eficiência energética, uso de materiais ambientalmente preferíveis e garantia da saúde, conforto e bem-estar dos moradores ao controlar a umidade dos ambientes, controlar partículas contaminantes e utilizar exaustão em ambientes que não possuam ventilação natural.

A StraubJunqueira parabeniza todos os envolvidos, em especial ao casal Henrique e Luciana Cury, os arquitetos Kika Camasmie e Jorge Elmor e o Henrique da E-tool.

Conheça todos os vencedores.

Para saber mais sobre esse projeto, leia na integra a matéria, ou assista nosso webinar!

Até a próxima!

Abs. Equipe StraubJunqueira

Chamada Pública Procel Edifica​ 2018​

A Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), lançou a chamada pública na área de eficiência energética em edificações, para seleção de beneficiários que receberão serviços executados através de três Termos de Referência detalhados no site.

Disseminar a eficiência energética em edificações brasileiras é uma tarefa que compete a todos nós. Por isso, a StraubJunqueira convida todas as construtoras, incorporadoras, empresas de facilities e administradoras prediais a se inscreverem no processo de seleção de beneficiários.

As inscrições estão abertas​ e vão até 2 de abril de 2018, às 17h (horário de Brasília)​​. ​Conheça os objetivos relacionados a cada Termo de Referência, identifique em qual deles pretende participar como beneficiário e inscreva-se na chamada pública:​​

O objetivo é selecionar  empresas em todo o território nacional, para receberem capacitação, consultoria e assessoria para projeto e operação de edifícios de alta eficiência. Também estão sendo selecionadas empresas e instituições, públicas ou privadas, para receberem treinamento, consultoria e projeto de retrofit de coberturas, visando a instalação de mini/micro usinas fotovoltaicas e a promoção da eficiência energética do edifício.

O segmento de edificações é responsável por aproximadamente 50% do total da energia elétrica consumida no país, por isso as ações do Procel Edifica, e consequentemente de sua Chamada Pública, consideram três pilares importantes para a eficientização do setor: o potencial de eficientização energética para novos projetos de edificações; o potencial de eficientização da operação de edificações existentes; e a aplicação da geração distribuída associada à eficiência energética.

Para mais informações sobre o Edital da Chamada Pública, acesse: https://www.eletrobras.com/chamadapublicaedifica

Dúvidas poderão ser respondidas no e-mail cpedifica2018@eletrobras.com

NÃO DEIXE PARA A ÚLTIMA HORA e SUCESSO À TODAS AS EMPRESAS!

Abs.

Equipe StraubJunqueira

Webinar: QUALIDADE DO AR INTERIOR: O Olhar das Certificações LEED e WELL sobre os Impactos na Saúde

Quarta-Feira, 28 de Março de 2018 | 14h – Horário de Brasília
A StraubJunqueira em parceria com a UL Environment irão promover uma palestra online e gratuita sobre a Qualidade do Ar Interior: Olhar das Certificações LEED e WELL sobre os Impactos na Saúde. E você é nosso convidado!

O objetivo do evento é mostrar a importância da qualidade do ar de ambientes internos, os impactos na saúde e a relação com as certificações LEED e WELL. Os principais pontos a serem abordados no webinar serão:

  • Principais causas da poluição do ar de ambientes internos
  • Como evitar a poluição em ambientes internos
  • Regulamentos e normas aplicáveis
  • Certificação de produtos e ensaios de emissões químicas aplicáveis
  • Aplicação nas certificações LEED e WELL

Faça sua inscrição e garanta sua presença através do Link. Próximo a data do evento você irá receber no e-mail cadastrado o link de acesso ao vivo. A palestra tem duração prevista de 45 minutos e mais uma rodada de perguntas de 15 minutos.

Esperamos você!

Atenciosamente,

Equipes StraubJunqueira & UL Environment

Marcetex entre os 3 primeiros colocados no prêmio PINI 2017

Na última sexta feira, (06/12) a Marcetex teve a honra de participar da 23• Prêmio Pini, na FIESP, que reuniu executivos, empresários, formadores de opinião e autoridades setoriais da construção civil.

No final de 2016, pensando na importância de incorporar a sustentabilidade em seus produtos, com seriedade nas ações, a Marcetex procurou a StraubJunqueira – consultoria em sustentabilidade – afim de realizar um diagnóstico para entender melhor a sustentabilidade em seus produtos, o que resultou na elaboração de uma Declaração de Sustentabilidade de Produto.

O diagnóstico possibilitou uma melhoria na atuação ambiental da Marcetex, potencializando as ações que já haviam sendo praticadas – realçando as certificações vigentes na empresa – e fundamentando as estratégias futuras em relação a sustentabilidade como novas certificações, novos relatórios, gestão de qualidade, entre outros.

Inscrita para concorrer ao Prêmio Iniciativa Setorial de Destaque – categoria que objetiva reconhecimento de ações de impacto para o desenvolvimento setorial – a Marcetex figurou entre os três primeiros colocados, reforçando o entendimento de estão no caminho certo!

Palestra SJ – LEED no Brasil e o futuro sustentável das construções

No dia 08/11 a Arq. Luiza Junqueira estará no Instituto de Engenharia ministrando uma palestra sobre certificações ambientais e em especial a Certificação LEED, presente no Brasil desde 2007.

Será apresentado os últimos dados de mercado das construções sustentáveis, que já representam hoje 10% do PIB da Construção Civil, e abordado as diferentes certificações ambientais e suas aplicações, em especial a Certificação LEED. Trata-se do sistema de Certificação mais utilizado no Brasil e no mundo, presente em 150 países e territórios
Será abordado também sua aplicabilidade nos diversos setores, dificuldades, benefícios e novas tendências.

A inscrição é gratuita, não perca!

Onde: Instituto de Engenharia – Av. Dr. Dante Pazzanese, 120 – Vila Mariana – São Paulo/SP

Quando: 08/11 as 19h30

Para saber mais e se inscrever, acesse o Link.

A Metamorfose das Organizações (Crônicas de Um Mundo Sustentável) – Capítulo 3

Capítulo III – O Surgimento do Imago

As certificações são enormes navios “quebra-gelo” passando por trechos marítimos completamente congelados. Esses navios são essenciais para que outros possam vir atrás sem correrem o risco de afundar. Geralmente é isso o que digo quando me questionam sobre a importância das certificações. E voltando um pouco para os meus tempos de FGV, quando terminei o MBA fiquei tentando assimilar tudo o que eu tinha visto e aprendido ao longo daqueles anos. Basicamente, estudamos como a sustentabilidade pode e deve ser incorporada na nossa atuação pessoal e profissional, de como são importantes as políticas públicas e empresariais, de ter uma boa governança, ser transparente, ter valores, de saber nossas responsabilidades, de agirmos com ética e compreender, um pouco mais, o real significado da palavra liberdade. Liberdade nada mais é do que termos uma sociedade mais justa, uma sociedade que proporcione uma base mais igualitária para darmos o direito de escolha para que o indivíduo possa ser quem realmente ele deseja ser. Dentro de tudo isso, podemos entender que o desenvolvimento sustentável só existe de fato quando nós (sociedade, indivíduo, organizações e governo) pensamos e agimos dentro dos pilares da sustentabilidade. Temos que transformar a nós mesmos e o meio à nossa volta.

Na figura abaixo tento transcrever isso mostrando os ambientes interno e externo. O interno seria, por exemplo, a organização, o indivíduo. O externo é a cadeia que faz parte daquela organização ou indivíduo. A questão é que se trilharmos sozinhos o caminho para o desenvolvimento sustentável, podemos nos decepcionar ao chegar lá e perceber que ninguém mais veio. Por isso é importantíssimo o compartilhamento do conhecimento, da aprendizagem, dos erros e acertos ao longo do percurso.

Figura – Modelo de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável. STRAUB, 2014.

Comparando a Interface com a Marcetex, o despertar da Marcetex para a sustentabilidade aconteceu em 2016, 22 anos após o despertar da Interface, 10 anos após o anúncio do programa “Missão Zero” e 4 anos antes do atendimento de todas as suas metas. No entanto, a Marcetex ainda é uma das empresas pioneiras no Brasil quando o assunto é sustentabilidade. Como uma lagarta que prepara sua metamorfose, a Marcetex deu um importante passo.

Abraços e até a próxima.

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Texto escrito por:

 

Eduardo Straub, WELL AP e LEED AP BD+C, Sócio-Proprietário da StraubJunqueira (Consultoria Especializada em Construção Sustentável e Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar), empresa membro do GBC Brasil.

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Texto originalmente escrito no Blog do GBC Brasil