Segundo Projeto com Certificação WELL do Brasil

Segundo projeto com Certificação WELL do Brasil, Escritório Sede da BR Properties contou com consultoria da StraubJunqueira

Focada em adquirir, arrendar, administrar, desenvolver e vender propriedades comerciais, incluindo escritórios, galpões industriais e locais de varejo, a BR Properties é uma das principais empresas de investimento imobiliário comercial no Brasil.

Por este motivo, sua sede localizada em São Paulo, com 1.200,00m2 e 60 ocupantes, serviu como piloto com o objetivo de estudar a viabilidade de aplicar a Certificação WELL a outros projetos de seu portfólio.

Para conduzir o processo de Certificação, a BR Properties contratou a StraubJunqueira, consultoria especializada WELL e pioneira no Brasil, que liderou todo o processo e equipe WELL.

O objetivo da BR Properties era alcançar a certificação o mais rápido possível, para tanto a equipe implementou o processo em três fases;

Fase 1 – Diagnóstico para verificar a viabilidade de implementação das estratégias e definição dos objetivos e metas, incluindo as pré-condições (obrigatórias à certificação). Nesta fase foram conduzidas reuniões semanais ao longo de 1 mês com as equipes de facilities e limpeza, o departamento de RH e o laboratório de análise de água e ar.

Fase 2 – Implementação das estratégias. Após resultados da fase 1, já com a definição dos objetivos traçados, toda a equipe sabia o que deveria ser feito para implementar as estratégias e alcançar as metas.

Fase 3 – Acompanhamento do processo de auditoria e verificação de desempenho, que no caso do WELL ocorre in-loco e no projeto da BRPR foram necessárias duas visitas. O acompanhamento foi feito até a emissão da certificação pelo IWBI.

É importante ressaltar que a equipe da BRPR e seus terceirizados estiveram comprometidos do início ao final do processo, garantindo assim o atendimento dos objetivos. Sem emprenho e comprometimento, dificilmente os objetivos teriam sido alcançados!

DESAFIOS
O projeto enfrentou um grande desafio com o Trihalometano (THM) na água. A legislação brasileira exige um mínimo de cloro dentro da água fornecida para os espaços e escritórios do prédio.

O THM é um subproduto de cloro e materiais orgânicos. O projeto estava no limite da norma brasileira, mas fora dos requisitos do WELL. Por isso, o projeto instalou um filtro de água muito eficiente para remover todas as impurezas e contaminantes da água potável.

RESULTADOS

  • Uma melhor qualidade da água e do ar dentro do escritório.
  • A iluminação circadiana e a biofilia tiveram um impacto muito positivo, proporcionando a todos os ocupantes um ambiente saudável e confortável para trabalhar e permanecer.
  • Outro bom impacto percebido foi na mudança positiva de comportamento dos ocupantes que passaram receber avisos periódicos sobre alimentação saudável e cuidados com a saúde física e mental.

Saiba mais

Como tornar as construções mais eficientes?

Em matéria divulgada pela AECWeb deste mês, nosso sócio Eduardo Straub dá sua opinião sobre como tornar as construções mais eficientes.

Leia abaixo o texto todo na íntegra.

Você sabe como tornar as construções mais eficientes?

O projeto deve minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada, oferecer conforto ambiental, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção

“Não é tão simples definir o que é uma construção eficiente. A arquiteta Sandra Pinho Pinheiro, sócia diretora da consultoria de sustentabilidade Petinelli, defende que para receber tal nome, a edificação precisa atender adequadamente ao uso a que se destina e ser projetada de forma a minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada. “Além desses quesitos, o projeto deve ainda oferecer conforto ambiental aos usuários, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção”, destaca.

Eduardo Straub, sócio da consultoria StraubJunqueira, relaciona o modelo ao Building Information Modeling (BIM), que visa a colaboração de todos os envolvidos nas fases de projeto, construção, operação e fabricação de materiais. “A ideia é que todos trabalhem juntos utilizando o mesmo modelo. O conceito do BIM integra não só o modelo em 3D para visualização ou detecção de interferências, mas também o planejamento, a extração de quantitativos, o orçamento, o gerenciamento de facilities, sustentabilidade e comissionamento”, detalha o engenheiro.

Por fim, fechando o ciclo, a sustentabilidade faz a integração de estratégias que pretendem minimizar os impactos ambientais das edificações e a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde de seus ocupantes. A comprovação desse quesito é feita pelas certificações disponíveis no mercado, como o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), o processo AQUA-HQE, o selo WELL e o Referencial GBC Brasil CASA.

“O que acontece hoje no Brasil é que pouquíssimos projetos realmente utilizam o IPD como processo. E o BIM – quando empregado – é somente uma ferramenta de modelagem 3D”, lamenta Straub.

De acordo com Straub, para que a construção seja eficiente, ela deve alinhar o processo, o modelo e a sustentabilidade. Idealmente, o processo deve adotar o Integrated Project Delivery(IPD) ou Desenvolvimento Integrado de Empreendimentos. “O IPD procura integração, colaboração e compartilhamento de riscos de todos os players de um empreendimento. A ideia é justamente otimizar os resultados, aumentar o valor para o cliente e melhorar a eficiência nas fases de projeto, obra e fabricação dos materiais”, explica.

EFICIÊNCIA HÍDRICA

De modo geral, há uma série de medidas a serem incorporadas à construção para torná-la minimamente eficiente. Segundo Pinheiro, as soluções são aquelas que recuperam, conservam e/ou tratam, reutilizam e minimizam os recursos de água ou energia de forma parcial ou total. “A escolha da solução deve ser baseada na avaliação de seu impacto técnico, custo e desempenho, que pode ser projetado por softwares simuladores”, diz. Edificação eficiente não significa uma superposição de medidas ditas eficientes, mas aquela que apresenta resultados expressivos relativos à sinergia entre as soluções implementadas. “Infelizmente, essa visão distorcida tem contribuído para a percepção de que construções eficientes são mais caras”, declara a arquiteta.

Straub elenca algumas soluções para eficiência hídrica, como dispositivos de baixo consumo em mictórios, torneiras, descargas e chuveiros. Aproveitar a água da chuva para utilização em descarga, limpeza e irrigação também é válido e, se possível, reutilizar a água através de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) instalada no projeto.

São bem-vindas, segundo o engenheiro, ações como medição periódica e checagem dos dados, não só da edificação, mas também dos subsistemas, como irrigação, água quente, aproveitamento de água pluvial e/ou reuso, a fim de identificar possíveis vazamentos e desperdícios. É importante também garantir a qualidade da água fornecida no empreendimento – responsabilidade da administração do condomínio ou do proprietário da edificação.

A edificação eficiente precisa atender adequadamente ao uso a que se destina, minimizar o emprego de recursos naturais e a carga térmica instalada, oferecer conforto ambiental aos usuários, ser exequível economicamente e reduzir ao mínimo os custos com operação e manutenção

Sandra Pinho Pinheiro

 

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Straub lembra que a eficiência energética começa pelo projeto de arquitetura, que engloba a orientação do edifício em relação ao sol, as estratégias de iluminação e ventilação naturais que serão empregadas, o layout interno de acordo com o uso da edificação e até os materiais que compõem o isolamento externo, como fachadas e cobertura. “Tudo isso evita o aumento das cargas térmicas internas, que irão influenciar diretamente no uso do ar-condicionado e no conforto dos ocupantes”, observa.

O passo seguinte é a definição dos equipamentos eficientes que serão instalados, como lâmpadas com baixo consumo e sem mercúrio, como as de LED; os sistemas de ar-condicionado com COP (Coeficiente de Desempenho) ou EER (Índice de Eficiência de Energia) elevados; bombas com alto rendimento e equipamentos e dispositivos com a etiqueta Procel nível A.

O engenheiro recomenda a utilização de sistema termosolar para aquecimento de água, de sensores de presença em áreas comuns e de dimmers para integrar o sistema de iluminação artificial com a iluminação natural, além de desligamento automático de tomadas, entre outros recursos. “Medir e checar os dados das fontes de energia que abastecem o edifício é essencial para entender o consumo energético e identificar possíveis desperdícios”, afirma Straub. Por fim, o projeto pode prever a instalação de sistemas de geração renovável de energia, como os painéis fotovoltaicos.

Pinheiro confirma que a arquitetura passiva é a maior responsável por uma construção eficiente. Afinal, o projeto com essa concepção permite reduzir a carga térmica da edificação e aproveitar a luz natural, diminuindo a necessidade de sistemas energéticos mecânicos para assegurar o conforto. “Nesse sentido, os arquitetos são a solução para viabilizar economicamente qualquer tipologia de uso para o melhor desempenho ambiental”, opina.

A arquiteta vai além, afirmando que todas as disciplinas integradas com a arquitetura passiva devem repensar suas estratégias, deixando de lado velhos padrões e premissas desatualizadas. A busca de sinergia entre as medidas e os sistemas a serem incorporados devem passar pelo crivo de simuladores computacionais que projetam o desempenho esperado. “A mudança de paradigma é entender o comportamento do edifício: quais medidas, sistemas, fachadas e áreas contribuem (com qual porcentagem) para o melhor desempenho. É uma abordagem nova e desafiadora para todos os profissionais. As decisões projetuais passam a ser definidas pelo resultado esperado, compreendida sua importância para o usuário ou cliente. O sucesso de um empreendimento passa a ser mensurado não só por seu conceito e impacto na paisagem, mas principalmente, pelo quanto ele contribui para minorar o impacto ao meio ambiente e reduzir o custo de operação”, expõe Pinheiro.

ECONOMIA X TIPOLOGIA DA EDIFICAÇÃO

As possibilidades de redução do consumo de água e energia variam em relação à tipologia da edificação. Straub lembra que a operação de um edifício residencial é diferente da de uma indústria que opera 24 horas por dia ou de um edifício comercial ou hospital. “Cada edificação e tipologia devem ser estudadas durante o projeto ou na fase de operação, para identificar pontos de melhoria, implementar estratégias e fazer o monitoramento dos consumos energético e hídrico”, recomenda.

Já Pinheiro comenta que em edifícios verticais com grande metragem, mas pouca área de cobertura, podem ser inviáveis a coleta suficiente de água pluvial e a instalação de geração de energia renovável, por exemplo, ao contrário de construções de menor porte ou com grande área de telhado.

Para que a construção seja eficiente, ela deve alinhar o processo, o modelo e a sustentabilidade. Idealmente, o processo deve adotar o Integrated Project Delivery(IPD) ou Desenvolvimento Integrado de Empreendimentos

Eduardo Straub

“Outro aspecto influenciador importante é a demanda por sistemas mecânicos e luminotécnicos em escritórios, que permitem maior redução do consumo atrelado ao uso de equipamentos eficientes em layouts simulados e sistemas automatizados. Com isso, as reduções são expressivas, podendo atingir 70% se comparadas a um edifício padrão”, exemplifica a arquiteta.

Com a mesma lógica, é possível obter resultados interessantes na redução do consumo de água em empreendimentos com grande demanda, como hotéis, hospitais e indústrias. Neles, é possível coletar, tratar e aproveitar a água pluvial, além de metais e louças de baixo consumo.

Por fim, de acordo com Pinheiro, algumas tipologias que aliam a eficiência energética de seus sistemas à geração de energia fotovoltaica conseguem redução total do consumo de energia. São os chamados edifícios autossuficientes.”

Para saber mais acesse a matéria completa.